RECURSOS AUDIOVISUAIS E
APRENDIZAGEM
Por Lúcio Fonseca
Um professor pergunta: os
recursos audiovisuais podem mesmo ajudar os alunos a aprender? As
pesquisas sobre como as pessoas aprendem levaram a conclusão de que
os aprendizes se dividem em três tipos básicos: os auditivos, os
visuais e os cinestésicos ou cinestéticos.
Evidentemente, aqueles que são
auditivos se beneficiam de atividades de ensino que usem a oralidade;
portanto, a aulas expositivas são para eles um ótimo instrumento de
aprendizagem. Estas são aquelas pessoas cujas mães orgulhosamente
dizem: “meu filho é impressionante, ele não precisa estudar em
casa, aprende tudo só prestando atenção à aula”.
Os do segundo tipo, os
visuais, necessitam de outro tipo de estímulo: eles precisam ver;
são aqueles para quem a grande verdade é: uma imagem vale mais que
mil palavras. O conceito de imagem aqui pode ser ampliado: exemplos e
metáforas ajudam a montar imagens mentais, também muito eficazes
para a compreensão e retenção.
Finalmente, os cinestéticos.
Estes necessitam interagir com o objeto de estudo, necessitam
participar, necessitam se movimentar. Eu costumo dizer que alunos de
5ª série são cinestéticos por natureza, pois eles se mexem, se
movimentam, querem participar de tudo, perguntam a todo momento,
levantam o braço, enfim, precisam estar o tempo todo em movimento.
Uma boa estratégia é usar esta característica para gerar
aprendizagem: ao invés, por exemplo, de dar um exercício teórico
sobre “perímetro”, funciona mais coloca-los para medir, em
passos, o perímetro do pátio ou da sala.
Na verdade, todas as pessoas
aprendem de todas essas formas, mas há uma predominância de uma
delas sobre as outras. Se você utiliza recursos que privilegiem as
várias formas, evidentemente a possibilidade de ocorrer a
aprendizagem se torna muito maior, porque há uma pontencialização
daquilo que poderia fazer apenas uma das formas.
A escola, como nós a
conhecemos, sempre utilizou recursos audiovisuais. É bem verdade
que, durante muitos séculos, esses recursos se resumiram a dois a
palavra e o quadro negro ou, como diriam os menos puristas, o “cuspe
e o giz”.
Aos poucos, a escola foi
procurando incorporar outros recursos audiovisuais, compreendendo que
eles poderiam ser úteis no sentido de enriquecer o ensino e, assim,
gerar uma maior possibilidade de aprendizagem.
Incorporaram-se, então, ou
pelo menos, alguns professores começaram a incorporar, elementos
como o retroprojetor, o episcópio, o projetor de slides, o
toca-fitas, depois a TV e o videocassete. Mais recentemente chegou a
multimídia, através dos CD-ROMs e das aulas preparadas em Power
Point ou em outros aplicativos de apresentação gráfica. É preciso
não esquecer que muitos destes são apenas recursos áudio -
visuais : apresentam ou combinam o som e a imagem. Com sua inserção
no cotidiano da escola, passou-se a atender também o aluno que era
aprendiz visual, pois até então, a escola sempre havia atendido ao
aluno auditivo, pensando estar atendendo a todos, por acreditar que
as pessoas aprendiam só ouvindo. Assim se explicam, em boa parte, os
altos índices de reprovação com que a escola sempre conviveu e,
ainda hoje, muitos professores desconhecem esta classificação dos
aprendizes e dão suas aulas no velho estilo, ignorando inteiramente
as diferenças individuais.
Embora já representando um
avanço, pelo menos para aquelas escolas e aqueles professores que
incorporaram estes elementos às suas atividades (infelizmente, não
foram muitos), só os dois primeiros tipos de aprendizes foram
beneficiados com este tipo de recurso: os auditivos e os visuais.
Faltava incluir o atendimento aos cinestésicos. Isso vem acontecer
com a entrada em cena de alternativas metodológicas como a Pedagogia
de Projetos e, no nível dos recursos didáticos, da multimídia
interativa e da internet.
Um lembrete importante: as
pessoas lembram-se de cerca de 15% do que escutam, 25% do que vêem e
60% daquilo com que interagem.
O professor realmente deve variar as estrategias de ensino. O mundo vive em constante transformação e algumas escolas e inclusive alguns professores pararam no tempo. Ainda são do tempo em que avaliar e só medir e que não ocorre de outra forma que não seja a prova escrita. Muitos docentes reclamam do interesse dos alunos pelas suas aulas mas não fazem uma auto-avaliação sobre os motivos que levam a esse desinteresse. Será que o aluno não se pergunta o motivo de ficar prestando atenção numa aula de 50m sobre história antiga se ele pode encontrar o mesmo assunto em um video na internet de 5 minutos, as vezes até mais interessante? As tecnologias estão ai para serem exploradas ao máximo como forma de diversificar as formas de avaliar e de também de ensinar e acredito que este já é um caminho sem volta.
ResponderExcluirNão basta mais saber o assunto, o professor precisa surpreender, emocionar para que a aprendizagem seja significativa, as mudanças estão ai, é necessário estar disposto a estudá-las e nos apropriar.
ResponderExcluirfaz-se necessário o professor usar os vários tipos de recursos audiovisuais, porque assim ele pode atingir de modo mais significativos os seus alunos.
ResponderExcluirFazer uso das tecnologias é urgente e necessário no mundo contemporâneo. Infelizmente muitos professores ainda resistem ao processo revolucionário que as tecnologias nos proporcionam. Todas as linguagens podem fazer parte da vida da escola. De forma simples e criativa podemos afetar nossos alunos com o desejo da busca, do novo, considerando o que foi bom e o que não foi na história da humanidade. Assim como a vida, a tecnologia é movimento, é mover!
ResponderExcluirNós professores também costumamos ser alunos em cursos que realizamos e sentimos claramente como é bom uma aula ilustrada com recursos diferenciados. O registro se torna mais concreto quando conseguimos vivenciar em grupo alguns aspectos do tema abordado.
ResponderExcluirHoje vivemos num mundo cheio de tecnologia e a cada dia que passa se renovam. É necessário nos inteirarmos das tecnologias porque senão iremos nos sentir cada vez mais primatas...rsrs
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